quinta-feira, junho 08, 2006


Naquele ano, Cécil,
teria me jogado aos céus.

Por sorte houve um dia em que o sol se fez duro,
riscando o chão de sombras retas.
Olhei com susto minha imagem escura,
contorno e ausência ao chão.
Em sombra só há limite,
sussurro de corpo.

Sombra não bebe água
nem sustenta olhar.
Me fiz tragar ao solo.
(Sob a terra os sonhos são longos;
caminho demorado em raiz
para que se voe em caule,
romper a terra.)

Hoje acordei primavera.
Olho minhas sombras, definições.
Vem dessa separação ocular,
eu aqui o vulto lá,
minha certeza de ser corpo a pisar o chão.


Stella Ramos

2 Comments:

Blogger Sassa said...

Oi Stella.
Sou a Sabrina que fez a oficina contiga no ccj, aquela que o unilson obrigou. Estava dando uma olhada aqui no seu blog, muito show.
Quando puder visita o meu.

http://abandapassou.blogspot.com/


BjãO!

21 de abril de 2007 às 23:18  
Blogger Unknown said...

Eu adorei a proposta: espalhar poesia. As pessoas precisam mesmo é de poesia.
Abraço.

19 de dezembro de 2010 às 13:32  

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